sexta-feira, 6 de julho de 2007

O desassossego de um homem bom que só pensa em estar tranquilo à beira mar.

Fernando Negrão é um homem bom a quem só fazem maldades. É notório que não tem o menor jeito para estas andanças eleitorais, apesar de ser um incorrigível voluntarista. E nem sequer esconde essa falta de jeito. Não foi talhado para fazer o «número» de candidato ao que quer que seja, muito menos a umas eleições autárquicas em Lisboa. Tanto lhe dá para dizer que vai fazer jardins suspensos no Largo do Rato, como fazer, com o seu ar cândido, a maior baralhação que seria possível imaginar com a EPAL, a EPUL e o IPPAR. Nunca os profissionais da política o deviam ter desencaminhado da sua toga de Juiz de Direito enviando-o para Director da Polícia Judiciária. Foi a primeira maldade que lhe fizeram. E ele, qual masoquista, tomou-lhe o gosto. Teve de se demitir do cargo por andar a revelar segredos de justiça a jornalistas, com a mesma ingenuidade com que agora, ao visitar o aterro de Vale do Forno, diz que vai transformar as águas residuais para regar as ruas da cidade (numa Câmara que nem dinheiro para regar as ruas tem) ou em visita a um centro de terceira idade diz, com ar enfastiado, que «os idosos são a sua primeira prioridade» sem ter uma única ideia sobre como traduzir isso no dia a dia. Já o tinham mandado para Setúbal, mas com uma justificação: há muitos anos que aí reside. Agora, candidato à Câmara de Lisboa? Só o desespero de Marques Mendes se lembraria de mais esta maldade. Deixem o homem tranquilo, não o convidem para «batalhas» destas porque ele, incapaz de dizer que não, aceita tudo.