quinta-feira, 9 de março de 2006

Leituras matinais
O Iraque numa encruzilhada
Loureiro dos Santos, no Público
«São difíceis as opções que se colocam aos Estados Unidos, todas susceptíveis de desencadear efeitos negativos.Por um lado, a situação exige a permanência das suas forças no Iraque até que o processo de construção do novo Estado iraquiano se consolide, pois elas constituem o principal factor de equilíbrio e de segurança de todos os grupos sectários que se confrontam politicamente e lutam entre si num patamar reduzido de violência, que ameaça transformar-se numa guerra aberta. A instabilidade aguda poderá exigir mesmo o aumento dos efectivos no teatro de operações.Por outro lado, torna-se indispensável começar a retirar forças substanciais, ainda durante este ano. O Partido Republicano receia cada vez mais a possibilidade de as eleições do próximo Outono lhe retirarem o controlo do Congresso, e a popularidade de Bush desliza para níveis onde só caíram presidentes que já estavam em nítida perda - Truman e Nixon, este seis meses antes da sua renúncia. Finalmente, manter no Iraque um número de efectivos militares idêntico ao actual, durante muito mais tempo, ameaçará seriamente a operacionalidade das forças terrestres dos Estados Unidos, o que se reflectirá na diminuição da capacidade da superpotência global usar o poder militar para defender os seus interesses, nos diversos pontos do mundo onde podem ser postos em causa».

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