quarta-feira, 19 de abril de 2006

Milagres: perante as conclusões do boletim económico da Primavera, apresentado ontem pelo Banco de Portugal, (a que acresce a subida do preço do barril de petróleo, o endividamento das familias a crescer e o Estado a gastar mais) só nos resta esperar que aconteça um milagre. Pelo percurso histórico deste bom povo em matéria de santas intervenções, nada é impossível. Começámos cedo. Quando precisámos afirmar a nacionalidade do Condado Portucalense, D. Fuas Roupinho foi salvo, em manhã de nevoeiro, numa falésia, pela Senhora da Nazaré; depois, contra os invasores sarracenos, nos campos de Ourique, debaixo de sangrenta peleja, Cristo saiu de um raio para salvar D. Afonso Henriques de uma derrota certa; mais tarde, no século XIV, em Aljubarrota, foi a Virgem que guiou a espada de D. Nuno Álvares Pereira contra os castelhanos que nos queriam anexar; também, quando foi preciso atacar o poder dos judeus, o milagre deu-se na Igreja de S. Domingos fez ontem 500 anos; quando, em 1917, os sovietes despontaram no oriente deslocou-se então a Virgem a Fátima para que tais maquinações não chegassem à nossa terra. Tal como em outros momentos importantes da nossa história, hoje estamos de novo a precisar de um milagre! Mas desta vez - os tempos são outros - é mais complicado: a Virgem tem de aparecer a cada dos portugueses e explicar-lhes que atirar a culpa para cima dos outros não resolve a situação.

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