A ler
Um regime generoso para a função pública, Paulo Ferreira (Público, 04.06)
«Sem grande surpresa, os sindicatos da função pública opõem-se frontalmente às regras de mobilidade dos trabalhadores do Estado aprovadas esta semana em Conselho de Ministros. Fazem mal. Se, por um momento, olhassem para os planos do Governo sem o corporativismo e imobilismo que os cega, talvez entendessem que as regras que estão a ser preparadas são generosas. Aliás, as reacções cautelosas de partidos insuspeitos nestas matérias de alegada "defesa dos direitos dos trabalhadores", como o PCP ou o Bloco de Esquerda, indicam que o sistema não tem as características draconianas que eventualmente esperariam.
Primeiro, nenhum funcionário público perde o vínculo laboral com o Estado, a menos que cometa faltas graves, como recusar, por duas vezes, novas funções que lhe sejam atribuídas ou faltar a acções de formação por quatro vezes.
Depois, aos excedentários é dada a possibilidade de encontrarem emprego no sector privado, mantendo sempre uma rede de segurança: não só nunca perdem o vínculo laboral com o Estado como continuam sempre a receber, em acumulação e na pior das hipóteses, metade desse ordenado.
É contra isto que os sindicatos da função pública protestam. Mas afinal, quantos milhares de trabalhadores do sector privado não gostariam de ter estas condições quando as empresas onde trabalham começam a ter problemas?» (continua)
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