Fim de estação.
Este ano – há quem conte os anos de verão a verão – as grandes discussões nacionais não estiveram mal de todo. Não tivemos Santana Lopes para animar a discussão, como no ano anterior, mas tivemos os cartoons, os mundiais de futebol e, já com os pés de molho, a guerra no Médio-Oriente que promete ocupar o verão. (Timor não chegou a ganhar o estatuto de tema nacional). Outros pequenos acontecimentos não ficaram na memória: uma corrupçãozita aqui, uma gaffe ministerial ali, um fábrica encerrada acolá, um arrufo de docente ou de polícia sem consequência. No fundo, nada de importante: apenas pequenos retalhos na vida do dia a dia. Não temos a ETA para negociar, nem um primeiro-ministro que convoque manifestações contra Israel. Não temos um Chirac, nem sequer uma luta de galos como a que nos ofereceu Dominique de Villepin e Nicolas Sarkozy. Nem temos um Berlusconi a abandonar um estúdio de televisão a meio da entrevista, nem equipas da primeira divisão a descer à segunda por compra das arbitragens. Não temos nada de jeito que exercite a sério a nossa alma crítica e maledicente. E assim nos vamos acinzentando, cada vez mais. Um "25 de Abril" é que vinha agora mesmo a calhar.
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