Tu sabes que eu sei que tu sabes (resposta pública a um e-mail identificado):
1) Que a invasão do Iraque, que tu apoiaste (e, hoje, tens vergonha de recuar nessa posição) foi um "abuso de poder" militar do Ocidente, sobretudo dos EUA e da Inglaterra, que fracassou em toda a linha: nem armas de destruição massiva; nem retrocesso do terrorismo; nem democracia aerotransportada; nem paz na região - nada. Apenas caos, destruição e morte: centenas de milhares de mortes. Mas os mortos no Iraque estão longe. São apenas números, como se não tivessem mulher, filhos, mães, irmãos, enfim, uma vida igual à tua. Tens a sorte de viver nas Telheiras onde nada acontece, a não ser teres de ir passear o cão às onze da noite. A invasão do Iraque foi um desastre e cada dia que passa o confirma.
2) Que a existência do Estado de Israel não está em causa: tem o maior poderio militar da região e o apoio do Ocidente. Mas, depois dos esforços de Ariel Sharon, os novos dirigentes israelistas decidiram que tinha chegado o momento de "meter na ordem" o Hammas (alguém falou em eleições no Iraque?) e o Hezbollah. E é por isto que te regozijas com a destruição de Beirute. Resultado: caos, destruição e morte. Morrem aqueles que não têm cão para passear à noite. Esta retaliação israelita é um desastre e cada dia que passa o irá confirmar.
3) Já te disse pessoalmente (e volto a dizer agora): se tivesses idade para isso, em 1961, terias dito: "Para Angola, já e em força". Como sabemos foi um desatre.
A História não perdoa! O pior é que nos acomodamos a esta situação de destruição e morte como se nada de especial acontecesse. Analisamos política e intelectualmente a situação e arrumamos os mortes na coluna estatística dos "danos colaterais". E sabes porquê? Porque temos um cão para passear; um piriquito para tratar; um bom restaurante para jantar. Só por isso, cagamos de alto!
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