terça-feira, 19 de setembro de 2006

Clubite?

Quando populistas de esquerda e extrema-esquerda, em países da América Latina, como aconteceu várias vezes nos últimos anos, saem à rua para destituir um presidente ou um primeiro-ministro eleito constituicionalmente, por isto ou por aquilo, as vozes do costume vêm a terreiro, escandalizadas - e bem! -, dizer aqui d'el-rei que querem destruir a democracia. As mesmas vozes mostram simpatia, agora, na Hungria pela oposição da direita e de extrema-direita que está na rua a exigir a destituição do primeiro-ministro que mentiu durante a campanha eleitoral. Estas vozes do costume têm de decidir-se de uma vez por todas sobre a ligitimidade, no quadro democrático, da destituição, através de manifestações de rua, mais ou menos violentas, mais ou menos participadas, de presidentes e primeiros-ministros eleitos constitucionalmente e sem denúncias de fraude eleitoral. Motivos para a destituição encontram-se sempre - uns mentem, outros não cumprem. Enquanto os critérios de avaliação das situações forem de "esquerda" ou de "direita" andamos a imitar os princípios da III Internacional, aplicados ainda hoje pelos comunistas (PCP/BE) portugueses: o que é bom aqui, não é bom ali e vice-versa.

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