terça-feira, 5 de setembro de 2006

A herança.

Hugo Chavez já foi três vezes a Cuba, no espaço de um mês, visitar o velho ditador das Caraíbas, desde que este acamou. Entre a primeira e a última visita, Chavez fez um inédito périplo internacional, desde a Rússia ao Irão. Estes factos significam duas coisas: a primeira, Castro está a passar inequivocamente o testemunho de líder da “revolução mundial” a Chavez (não a Raul Castro, mas a Chavez, note-se); segundo, Castro sonha ainda que, nas condições actuais, é possível criar uma espécie de novo Cominterm, no qual o Irão, a Síria e, de um modo geral, as organizações político-militares do radicalismo árabe representam o principal eixo, mas em que, por exemplo, alguns países sul-americanos, a Rússia, entre outros países, podem ter um papel importante. É o sonho de um velho ditador que, na hora difícil de saber que o fim se aproxima, vislumbra no horizonte uma nesga de oportunidade de vingar a queda do muro de Berlim e o desmoronar do império soviético. Este sonho castrista passa por Chavez não estar sujeito à instabilidade eleitoral: daí a ideia do referendo para perpetuar Chavez no poder. Em termos de herança, Lenine teve que optar entre Estaline e Trotsky. Castro não teve esse problema, porquanto Raul, seu irmão, é um mentecapto. É curioso seguir os próximos passos deste percurso. (E seguir as posições do PCP, onde se integra as FARC na "Festa do Avante")

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