Luís Inácio Lula da Silva.
Em véspera de eleições presidenciais no Brasil, após o primeiro mandato de Lula da Silva, é quase unânime a opinião dos comentadores em relação a duas questões importantes. A primeira, tem a ver com os medos (mais um argumento político eleitoral para assustar do que outra coisa) da direita brasileira (e internacional) de que o “sindicalista” arrastaria o Brasil para um populismo à Chàvez. Enganaram-se! A segunda diz respeito a outro dos medos da direita: o caos económico. Enganaram-se, também. Em síntese: “o balanço da presidência de Lula da Silva parece justificar a sua reeleição à primeira volta: a economia cresceu, a estabilidade macroeconómica está garantida, o número de brasileiros a viver abaixo do limiar da pobreza extrema reduziu-se e Lula resistiu às duas doenças endémicas da política da América Latina, o despotismo e o populismo.” (Manuel Carvalho, Público). Finalmente a corrupção. Lula da Silva não conseguiu diminuir os níveis de corrupção que afectam a complexa teia do poder (local, estadual e federal) no Brasil há muitas e muitas décadas. À falta de outros, foi este o único argumento utilizado nesta campanha eleitoral contra Lula. A avaliar pelas sondagens, tais argumentos beliscam, mas não matam. Quer isto dizer que à boa maneira brasileira, o Zé-povinho, sobretudo os mais desfavorecidos (os maiores beneficiários do crescimento económico e da redistribuição da riqueza criada) dizem: “Então é só este? E que é dos outros? Pelo menos este ajuda o pessoal.” Amanhã se verá o resultado, mas o povo brasileiro ganha mais com a vitória de Lula da Silva do que com a sua derrota.
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