quarta-feira, 27 de setembro de 2006

O Estado é o maior entrave à competitividade do sector privado.
Foi hoje dada a notícia, pelo DN, (Privados prejudicam imagem de economia portuguesa) do índice global calculado pelo Fórum Económico Mundial para medir a competitividade de 125 países. Portugal ficou em 34º lugar no “ranking”, descendo 3 lugar em relação ao ano anterior. Da leitura retiram-se algumas conclusões interessantes: 1. O “Estado Social” é mais competitivo que o “Estado liberal”. Os países escandinavos são mais competitivos que os EUA. (Exemplo, a Suécia ocupa o 3º lugar e os EUA o 6º). 2 O Estado é o maior entrave à competitividade do sector privado. Os factores mais problemáticos para os negócios em Portugal têm origem no Estado, a saber: a) Burocracia do Estado; b) Regulação do mercado de trabalho; c) qualificação da mão-de-obra (tem mais a ver com a Educação do que com a formação) e d) Impostos e sistema fiscal. Com um Estado a originar tantos e tão pesados factores negativos não há sector privado que resista. 3. O resultado obtido por Portugal referente a 2005 tem uma atenuante. O índice é calculado a partir de dados quantitativos (indicadores estatísticos, por exemplo) e dados qualitativos (inquéritos realizados aos dirigentes empresariais). Ora, estes inquéritos foram realizados na Primavera de 2005. Ou seja, no momento em que tinha acabado de passar o furacão Santana, cujo epicentro se desviou em grande correria para Bruxelas, e que arrasou literalmente Portugal durante 9 longos meses. Entende-se pois o estado de espírito dos empresários que responderam ao inquérito nesta altura. “Isto está uma grande merda” – deve ter sido o mínimo que podiam dizer. 4. De qualquer maneira, este “índice global” da competitividade do país vale o que vale: é só consultar a lista dos “factores problemáticos” e constatar que a corrupção está no fundo da lista.
Em conclusão: o título Privados prejudica imagem de economia portuguesa é, no mínimo, enganador. Seria mais adequado à leitura dos dados dizer: O Estado é o maior entrave à competitividade do sector privado. É necessário fazer a advertência não venha para aí algum Mestre Pensador propor novas nacionalizações.

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