quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Cabecinha pensadora.
Estive fora cinco dias e, por isso, só apanhei os ecos de uma entrevista de Nobre Guedes a Judite de Sousa e os comentários à dita entrevista feitos por Marcelo Rebelo de Sousa. A avaliar por este material em segunda mão, a cabecinha pensadora de Paulo Portas está de novo num reboliço. Ele, que arrasta consigo a síndroma de Maria Callas, saiu do Independente com uma estratégia ambiciosa: dar o abraço de urso ao PSD. Apostou na necessidade de Durão Barroso precisar dele – institucionalmente do PP – para formar governo. E arriscou tudo, desde as feiras ao “Eu fico” nas autárquicas de Lisboa. A obsessão foi premiada e chegou ao Governo, tal como tinha planeado. Mas, a estratégia deu para o torto: o “urso” não se deixou abraçar, nem a postura plástica de “homem de Estado” convenceu quem quer que fosse. Humilhado nas eleições, simulou a retirada porque o PP continuava a ser um partido demasiado pequeno para as suas desmedidas ambições. E, na reflexão do retiro, concluiu que para fazer do PP um grande partido à custa do PSD a estratégia não passava por estar com o PSD no Governo, mas com o PS. Daqui para frente Paulo Portas, por si ou por interposta pessoa, vai apostar na necessidade do PS, em resultado das próximas legislativas, precisar do PP para governar. Obviamente, que esta estratégia vai dar para o torto.

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