Há pessoas “bem” que, num dado momento das suas vidas, decidiram ser de “esquerda”, como quem opta por ir para Letras ou para Engenharia Informática em função das oportunidades de emprego. Porque não existe substrato ideológico que suporte tal decisão, o resultado da intervenção cívica (ou política) de “esquerda” de tais pessoas, normalmente, pauta-se pelo nível folclórico. Dizem umas coisas... É o caso de Joana Amaral Dias: mostra-se preocupadíssima com a proibição, em alguns países europeus, das vestes medievais que os árabes emigrados na Europa obrigam as suas mulheres a usar. Ela, a senhora “bem”, é tão reaccionária e tão inconsistente que não enxerga o que isso tem de discriminação contra as mulheres árabes cujos maridos, pais ou irmãos não andam pelas ruas de carapuça enfiada. Eles não; elas sim - assim deve estar escrito no Alcorão. A dita Joana, qual embaixadora de um (ou de todos) aqueles países em que a mulher é tratada abaixo de cão, em que os homossexuais são condenados a pena de morte, em que a mutilação genital é prática comum, em que um homem pode ter dez mulheres, mas uma mulher não pode ter dez homens, em que o adultério feminino dá direito a apedrejamento, mas o adultério masculino nem sequer existe enquanto conceito, e muito mais, insurge-se contra a “islamofobia”. Pergunto: porque é que a Joana, indefectível defensora da opressão das mulheres árabes, não emigra para Teerão e, aí, se passeia em mini-saia para experimentar os ares da “liberdade” árabe em contraste com a “opressão” europeia. Vá até lá Joana, deixe-se de teorias; deixe-se de conversa fiada. Pratique!
quarta-feira, 22 de novembro de 2006
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário