Ontem, fiz um comentário a um texto de José Pacheco Pereira (Público, 9.11.06) sobre a “blogosfera”, onde usei o meu “humor primário” para reprovar a “tese” ali defendida. A propósito do dito comentário já recebi 4 e-mail – todos de amigos – onde me dizem, diplomaticamente, que é um comentário “idiota”. Um deles deu-se ao trabalho de escrever quase duas páginas para me dizer, mais coisa, menos coisa, que se não estou de acordo devo explicar seriamente as minhas razões. Estes meus amigos, que me conhecem há alguns anos, deviam saber como eu “despacho” determinados “teses” com uma alarvice que, quase por instinto, acho resposta adequado à “teoria” que pretendo rebater. Às vezes, de tão primária – a alarvice – torna-se incompreensível. Sem querer perder-me em explicações desnecessárias, apenas digo que o texto em causa não dava a menor pista sobre o que o seu autor considera “lixo”: serão os blogues de conteúdo erótico ou os diários intimistas? Serão os blogues escritos por pessoas que não têm curso superior ou aqueles que não versam sobre literatura, arte ou política? Serão apenas os blogues cujos autores se mantêm anónimos ou aqueles cujo nível não se pode equiparar à produção jornalística de diários ou semanários de “referência”? Daí o comentário. Em boa verdade, só encontro nas minhas deambulações “blogosféricas”, ao contrário do autor do texto em causa, na pior das hipóteses, menos de 10% de “lixo”. E sabem porquê? Porque não faço a comparação com a produção jornalística tradicional – matéria em que JPP se mostra viciado. A democratização do “novo mundo” comunicacional deve ser apreciadoa e entendida fora do colete-de-forças elitistas do “velho mundo”. Este “novo mundo” não vai ser plasmado segundo as regras do “velho mundo”. É, efectivamente, outra coisa que se está a desenvolver. Esta é uma má notícia para quem considera que 90% do que existe na “blogosfera” é “lixo”.
segunda-feira, 13 de novembro de 2006
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