domingo, 17 de dezembro de 2006

Cenas do quotidiano.

Em passo moroso, ajustado ao seu ar molengão, desceu a rua da Palma e atravessou o Martim Moniz. Ao chegar ao hotel Mundial virou pela rua Barros Queirós e desembocou no Largo de S. Domingos, mesmo em frente ao teatro D. Maria. Atravessou em seguida o Rossio, pelo lado da pastelaria Suiça, em direcção à rua Augusta. Continuou o seu trajecto rua Augusta fora, com o Arco e a estátua de D. José ao fundo, em direcção ao Tejo, até chegar à rua da Vitória. Aí, sumido no desfile vertiginoso de centenas de rostos apressados, encostou-se ao primeiro vendedor de castanhas assadas que avistou e pediu: - uma dúzia. Bem quentinhas, se faz favor. Esfregou as mãos, enquanto o vendedor rasgava uma página de uma lista telefónica, onde iria embrulhar as castanhas, contadas umas a uma. Ao pagar, despediu-se de um modo apropriado: - Passe um bom Natal. O vendedor, denotando azedume nas palavras, respondeu-lhe: - Natal? Natal? O que é isso?

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