terça-feira, 5 de dezembro de 2006

PERDOAI-LHES PORQUE ELES NÃO SABEM O QUE ESCREVEM.

Há muitos anos que não lia num só parágrafo tantos disparates factuais, tanta ignorância histórica e política, tanta alarvidade ideógica. Nem os escribas do Avante conseguem tal proeza. São cabecinhas pensadoras destas que, enredadas numa tenebrosa teia de falsidades, estão naturalmente impossibilitadas de compreender porque razão a América Latina, de lés a lés, atravessa o presente ciclo político. Não resisto a trancrever o parágrafo a que me refiro (sublinhados meus):
"Para Pinochet agonizante, as flagelações estatísticas dos três mil desaparecidos, do golpe de 73, das torturas e da morte de Allende. Esquecem-se as vestais que o general foi alcandorado ao poder na iminência de um golpe comunista em avançada fase de preparação em La Moneda. Comissários de Castro encontravam-se em Santiago assessorando um presidente minoritário que executava uma política anti-constitucional que estava a precipitar o Chile no vórtice da pré-guerra civil. Allende lançara mão de uma política que violava a Constituição, os direitos individuais, de propriedade e de associação. Num quadro de subversão marxista em toda a América do Sul, os militares chilenos desencadearam um golpe preventivo, impuseram um regime autoritário que cometeu inúmeros atropelos, mas nunca degenerou numa solução totalitária. Pinochet elevou o Chile à categoria de economia avançada, com uma sociedade civil forte, interventora e responsável. Que eu saiba, nunca um tirano comunista se apresentaria a eleições questionando o povo sobre a sua permanência no poder. Pinochet submeteu-se ao voto dos seus concidadãos, perdeu e afastou-se. Deixou um Chile próspero, democrático e progressivo que continua a fazer a inveja de todos os seus vizinhos."

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