Ditadores e ditaduras.
Na sequência do programa televisivo “Grandes Portugueses” veio mais intensamente à baila o nome do nosso ditador mais conhecido, António de Oliveira Salazar. Aliás, na última década muitos livros foram editados sobre o homem, uns mais apologéticos, outros mais críticos, uns mais factuais, outros mais ideológicos. E tenho na minha estante, para além de outros, uma excelente fotobiografia de Salazar, da autoria de Fernando Dacosta, editada em 2000, como tenho Fidel Castro, biografia a duas vozes, de Ignacio Ramonet, recentemente editado pela Campo de Letras. Há quem considere que o ditador Oliveira Salazar deve figurar entre os “grandes portugueses”. Não estou de acordo, obviamente. Não vou agora e aqui aduzir as razões do meu obviamente mas, apesar da minha opinião, não posso deixar passar em branco que muitos dos que dizem cobras e lagartos dos “defensores” do nosso ditador como um “grande português” escondem as suas simpatias actuais (ou relativamente recentes) por outros ditadores, dos quais enumero: José Estaline, Nikita Khrushchov, Leonid Brejnev, Andropov, Tchernenko, Honneker, entre outros, para citar apenas ditadores mortos. Mas, continuam a morrer de amores por ditadores vivos e no poder: Fidel Castro, Mahmoud Ahmadinejad e Kim Jong-il, por exemplo. Ou alimentam a esperança de que Hugo Sànchez substitua, na América Latina, o retirado Fidel Castro. Não merece crédito a voz de quem se “indigna” com esta brincadeira televisiva sobre o Salazar, como se o homem pudesse, a qualquer momento, sair da tumba para nos prender a todos e nos lançar na miséria, quando se mete debaixo do tapete as simpatias por ditadores e ditaduras que, de facto, aprisionam e lançam na miséria milhões de pessoas. Essa história dos ditadores de esquerda serem “melhores” que os ditadores de direita cheira a história da carochinha ou, pior ainda, a má consciência. Atirar pedras com tantas paredes de vidro é pecado! (Corrigido)
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