Portugal, um retrato social.
Passou ontem à noite, depois do telejornal, na RTP, o primeiro de sete documentários que constituem Portugal, um retrato social, um estudo de António Barreto, realizado por Joana Pontes. As conclusões advinham-se à primeira: os portugueses vivem hoje, em todos os domínios, muito melhor do que há trinta, quarenta ou cinquenta. E têm consciência dessa realidade. Ainda há trinta e poucos anos uma mulher contou que foi transportada de carroça na altura do parto. Estava a duas horas da assistência mais próxima. A criança nasceu no caminho e morreu antes de chegar ao destino. Um taxista, à conversa com António Barreto, resume a evolução (cito de memória): «Quando saía com o meu pai ia descalço. Os meus filhos são licenciados. Os meus netos calçam Nike e andam sempre de iPod pendurado nas orelhas» Não há «neo-salazarismo», nem »neo-realismo» que resistam.
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