25 de Abril de 2007
Faz hoje 33 anos, às 8 da manhã, entrei a porta de armas da Escola Prática de Serviço de Material, em Sacavém, onde prestava serviço militar obrigatório. Aí fiquei durante os dias seguintes a seguir os acontecimentos pela televisão e a destituir o comandante que, encerrado no seu gabinete, no dia 26 ainda não se tinha decidido para que lado havia de cair. Só saí do quartel no dia 30 de Abril integrado na «força militar» que foi para Caxias «guardar» os agentes da pide que começaram a ser presos. Aqui, com o meu amigo Casanova, um anarco-comunista natural do Couço, divertimo-nos pelas madrugadas dentro a vasculhar os milhares e milhares de livros e discos apreendidos e a suripiar um exemplar de cada. Percorri, um a um, os gabinetes dos «chefes» da polícia, as salas de interrogatórios e os arquivos: tinha curiosidade em saber o que estava anotado a meu respeito num processo que tinha levado à prisão, no dia 7 de Abril de 1973, alguns dos meus amigos políticos. Só a 4 ou 5 de Maio, finalmente, conseguir percorrer as ruas de Lisboa e respirar os novos ares. Agora, 33 anos depois, vejam lá se comem a sopa e se se decidem a fazer disto uma democracia decente.
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