Arder em fogo lento (4).
Outros compromissos impediram-me de ver a entrevista do primeiro-ministro na RTP. Azar. Contudo, a avaliar pelo Público Online, pelas manchetes da imprensa de hoje – neste momento estão a passar na SIC-Notícias –, nomeadamente a do DN e a do Público (a primeira escreve «Sócrates passa no exame», a segunda nada refere sobre a entrevista de José Sócrates – o que é significativo) e pelas leituras dos meus blogues de referência (cito, a título de exemplo Francisco José Viegas , a minha primeira impressão (por via indirecta) é a de que esta tempestade, que parecia submergir o primeiro – ministro, pode estar quase ultrapassada. E, se isso acontecer, o mérito político vai todo para o único protagonista deste filme: José Sócrates. No entanto, os efeitos ao nível do zé povinho estão ainda por avaliar. Em próximas sondagens se verá. Outro facto de que a crise se está a esfumar é a reacção de Marques Mendes, a qual corresponde à interpretação da manchete do DN. Mendes, que se mantivera em silêncio até agora, deixando à comunicação social, nomeadamente ao Público e ao Expresso, o trabalho sujo, esperneou no momento em que percebeu que o filão se tinha esgotado. Pelo tom de voz, que o rádio me deu, até parecia uma virgem que nunca tinha recebido dinheiro da Universidade Independente. José Manuel Fernandes que, neste caso, fez de Monica Levinsky, ainda insiste na nódoa que tem no vestido, mas parece que José Sócrates a desbotou, o que significa que este poderá ter demonstrado que sexo oral não é sexo.
Este país precisa de dar uma pirueta e não o consegue com um primeiro-ministro diariamente vilipendiado, ainda por cima por razões laterais. Os próximos dois ou três dirão o que vai acontecer: se o caso da licenciatura do primeiro – ministro vai definitivamente para o lixo ou se ainda sobrou espaço para assombrar a governação. De qualquer forma, Maio está à porta e, apesar destes dias frios de Abril, não tarda nada cheira a verão: a praia, o Algarve, as Caraíbas e sei lá que mais serão as principais preocupações da nossa classe média. E, por essa altura, chega a presidência da Europa. No fundo, já falta pouco para chegar o fim do ano e, depois, o fim do mandato governativo. No fundo, basta chegar a próxima semana.
Adenda: Afinal a primeira página do Público é ocupada por um fotografia do primeiro ministro.
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