domingo, 15 de abril de 2007

Citações.

Extracto de O ricochete que atingiu Marques Mendes, Manuel Carvalho, Público, 15.04.2007. (Sublinhados meus).
«Numa outra conjuntura (lembremo-nos, por exemplo, do exercício errático e anedótico de Santana Lopes no governo), a proclamação de Marques Mendes seria séria e gravemente ponderada - ainda que, como no actual contexto, fosse irreflectida e inaceitável. Mas Sócrates não é, visto de longe ou de perto, Santana Lopes. Os seus créditos políticos e a sua aceitação junto do eleitorado permanecem em níveis elevados. Apesar de todos os erros, de todas as polémicas, de todas as teimosias ou das muitas hesitações, o primeiro-ministro continua a ter a seu favor o crédito da preocupação reformista e a imagem de quem sabe o que quer para o país que se lembra da renúncia de António Guterres, da evasão de Durão Barroso ou das peripécias de Santana Lopes. É por isso que, a prazo, é muito provável que o dossier da licenciatura de Sócrates cause mais danos a Mendes que ao próprio primeiro-ministro - a não ser que novas revelações provem que o líder do PSD teve razão antes do tempo. Sem visão ou energia para lhe ganhar um debate parlamentar ou sequer para propor uma agenda política consistente e alternativa, o líder do PSD acabou por se estatelar no momento mais difícil do percurso do seu adversário. Com o PCP e o BE a fazerem a sua oposição e com o CDS entretido na sua autofagia, o PSD afunda-se no momento crucial da legislatura. No congresso do partido marcado para o próximo ano, este erro poderá vir a custar muito caro a Marques Mendes

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