Citações.

«A esquerda clássica detesta-o. A direita visceral desconfia dele. Mas a verdade é que Tony Blair já entrou na História do Reino Unido e de lá ninguém o tirará. Porque fechou vários ciclos e abriu muitas portas, algo mais importante do que contabilizar, de forma mesquinha, o deve e haver do seu longo consulado. Há dez anos, o Partido Trabalhista ganhava as eleições após um longo jejum na oposição. No dia seguinte, com a rapidez própria daquela velha e pragmática democracia, Tony Blair instalava-se no n.º 10 de Downing Street. Desde 1812 que o reino não conhecia um primeiro-ministro tão novo, mas isso é o menos: uma década depois, o Reino Unido consolidou a herança quase revolucionária de Thatcher, humanizou-a e tornou-se uma voz ainda mais ouvida e influente tanto em Washington como em Bruxelas. (...) Mas em Blair, como em Churchill, os erros, quando os houve, só o engrandeceram porque lhe deram a dimensão humana que só os grandes líderes das grandes democracias assumem nos seus momentos luminosos e nas suas passagens sombrias.»

(Esqueçam: ele já entrou na História, e pela porta grande, José Manuel Fernandes, editorial do Público de hoje).