quarta-feira, 30 de maio de 2007

Greve geral (2)

Em democracia, o direito à greve é inquestionável. Quem assim não entender pode emigrar para um dos muitos países onde esse direito é negado. Pela temperatura do ar e da água, património edificado e simpatia do povo, aconselho Cuba. Mas, entendo, que a utilização deste direito dos trabalhadores utilizado no quadro de uma necessidade político-partidária só pode prejudicar quem trabalha. Uma greve geral – uma mobilização que paralisa um país – é um instrumento que deve corresponder a uma conflitualidade social e laboral (e política) de ruptura. Uma greve geral a sério tem que produzir consequências. Ora, a «greve geral» de hoje, que o PCP decidiu levar para a frente, mesmo com vozes discordantes no seu interior, apenas banaliza o direito à greve. Porque é notório que não foi uma greve geral, independentemente da guerra de percentagens de adesão. E porque foi uma «greve geral» a brincar não terá a menor consequência. A conclusão é linear: o PCP está mais preocupado com a afirmação política do partido do que na defesa dos interesses do mundo do trabalho.

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