Leituras.
Aceitando a «provocação» de Adriana (a Senhora Sócrates, naturalmente), mesmo desprezando o sábio conselho de Séneca – folheio agora este, agora aquele –, aqui vai uma selecção das minhas leituras recentes na área da ficção.
As Bicicletas em Setembro, de Baptista-Bastos, edições ASA. É um amigo, mas é sempre um prazer lê-lo. Desde o primeiro romance (O Secreto Adeus, lido no final dos anos sessenta - ainda conservo esse exemplar, Portugália Editora, 1963 -, onde o autor mistura a sua cidade, Lisboa, com a actividade jornalística, a literatura e a política.) fiquei um fiel leitor de Baptista-Bastos.
Cemitério de pianos, José Luís Peixoto, Bertrand Editora. É uma fidelidade mais recente: desde morreste-me não mais perdi de vista José Luís Peixoto. No Cemitério de pianos, a densidade narrativa não ofusca a envolvente poética.
Longe de Vera Cruz, Enrique Vila-Matas, Assírio & Alvim. É, para mim, uma recente leitura de culto. Imperdoável: li pela primeira vez Vila-Matas o ano passado (Paris nunca se acaba). De modo que, desde aí, tenho procurado recuperar a leitura perdida: seguiu-se Bartleby & Companhia e, agora, Longe de Vera Cruz, para além de Doutor Passavento.
TODO-O-MUNDO, Philip Roth, Dom Quixote. Conhecia Roth de Casei com um comunista, a minha primeira e única leitura do autor. Mas, acho, só o «descobri», agora, com TODO-O-MUNDO. Uma vida – várias vidas – genialmente condensadas em 180 páginas.
O Voo da Rainha, Tomás Eloy Martínez, Edições ASA. O escritor argentino, frequentemente comparado pela crítica sul e norte americana a Garcia Marquez, conta-nos a paixão obcecada do director de um jornal de Buenos Aires por uma jornalista que tem metade da sua idade. Uma história de amor e de poder na boa tradição latino-americana, quer na narrativa, quer nos sentimentos.
E agora tenho que «passar a bola»: ao João Tunes, ao Jorge Ferreira , ao Eduardo Graça, ao Carlos Manuel Castro e ao Raimundo Narciso.