sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Bom fim de semana.

O BE antecipa a sua Festa uma semana em relação à Festa dos seus mais directos rivais – o PCP. A «análise concreta da situação concreta» é simples: as alternativas à direita são frágeis; o governo vai entrar em desgaste, para além da governação «à direita» deixar órfão uma parte do eleitorado de esquerda; nas próximas legislativas a possibilidade de crescimento eleitoral à esquerda do PS é considerável. No próximo ano e meio vamos, pois, assistir a uma cerrada disputa entre o PCP e o BE: cada um a subir o tom mais alto do que o outro contra o Governo e os «socialistas de direita». Com uma diferença: o PCP vê o eventual crescimento eleitoral apenas como um instrumento da sua luta mais ampla pela «revolução». Sabem, porque está escrito nos livros, que mais cedo ou mais tarde surgirão as «condições objectivas» que conduzirão à insurreição e ao poder. As «eleições burguesas» valem o que valem. O BE, mais pragmático, faz outra leitura - mais «moderna» - do que está escrito nos mesmo livros. Segue o «modelo» do eixo da esperança (Venezuela, Bolívia e Equador): podemos chegar ao poder através de «eleições burguesas» e provocar a «revolução» a partir daí. O decrépito e trôpego quadro partidário dá-lhes alento. Por um ou outro caminho, o PCP e o BE alimentam a esperança de que a «revolução» estará na ordem do dia mais cedo do que os Sócrates e os Mendes deste país pensam.