segunda-feira, 13 de agosto de 2007

A cartilha.

Anabela Fino é uma refinada «jornalista» do Avante – órgão central do PCP. A senhora é uma daltónica política, como são todos os comunistas. A perturbação da percepção visual-mental incapacita-a de distinguir determinadas situações. A senhora olha para a antiga União Soviética e o que vê: «a democracia mais avançada do mundo». E quando olha para o encerramento de um canal de televisão na Venezuela de Chávez por criticar o poder, ela aplaude e exclama: «a reacção não passará!». Mas, por cá, quando a directora de um museu é substituída porque discorda publicamente da política da Ministra que a tutela, a senhora Fino já não consegue aplicar os critérios anteriores. E, então, revolta-se contra a censura e o fascismo. E lembra-se, então, de Marcelo Caetano: «explicando ao povo a essência da sua democracia: ninguém era impedido de pensar o que muito bem entendesse... desde que estivesse calado.» A senhora Fino, sem querer, o que lhe acontece muitas vezes, caracteriza bem o seu Partido e as «democracias» que defende com unhas e dentes, de Pyongyang a Havana. Desta vez caracterizou-os como salazarista-marcelista. O daltonismo da senhora Fino não lhe permite ver que, no seu Partido, os que «pensam o que bem entendem» só não são presos ou fuzilados porque, aqui, em democracia, não dá. São apenas «expulsos». Mas, onde têm o poder, ainda hoje em Cuba ou na Coreia do Norte, como antes em Moscovo ou em Varsóvia, quem «pense o que bem entende» é preso, torturado ou morto. A senhora Fino só leu uma cartilha e, por isso, está incapacitada (ética, moral e politicamente) de atirar pedras a quem quer que seja. Porque tem telhados e paredes de vidro. Há quem tenha moral para criticar. Manifestamente, a senhora Fino não tem.

Sem comentários: