||| Releituras.
Ás vezes procuro nas estantes um livro e a minha atenção recai sobre outro. Foi o caso: um livro de textos de Che Guevara, editado em 1975, e traduzido da revista cubana Verde Olivo. Folhei-o e prendo-me nos sublinhados e nas notas à margem (naquele tempo fazia dos livros cadernos de apontamentos). Detenho-me na seguinte passagem: «Duas organizações de polícias, ambas pagas por Baptista, andavam à procura de Fidel Castro [no México, em 1956]. Uma delas teve a sorte de prendê-lo, mas cometeu o erro absoluto de não o matar depois de tê-lo aprisionado». A nota à margem, escrita há mais de trinta anos, já meio desmaiada, diz: alguém no exército boliviano leu este texto e não cometeu o mesmo erro absoluto…