||| Lisboa aos trambolhões.
Há poucos dias a Assembleia Municipal de Lisboa, com uma composição que não se sujeitou aos resultados das eleições intercalares, rejeitou (com o PSD e o PCP de braço dado) a proposta apresentada pela Câmara, a qual propunha, no essencial, um aumento de uma décima – 0,7 para 0,8 – no imposto municipal sobre imóveis (IMI). Hoje, na sessão de Câmara, a proposta de António Costa para contrair um empréstimo de 500 milhões de euros (para pagar dívidas herdadas da governação municipal do PSD) mereceu o voto contra dos vereadores do PSD, o que indicia o voto contra do PSD na Assembleia Municipal e, provavelmente, o «chumbo» desta proposta. Se tal vier a acontecer, António Costa admite «todos os cenários», o que inclui demitir-se. António Costa tem um grande «bico-de-obra» para resolver: governar Lisboa nestas condições (em minoria na Câmara e em minoria na Assembleia Municipal). Mas, o que é grave, Lisboa está a pagar um preço muito alto. A bem da democracia e da responsabilidade, espero que aprovem, na Assembleia da República, uma nova Lei Eleitoral Autárquica que permita a quem foi eleito executar o seu programa e, depois, no fim do mandato, ser eleitoralmente julgado; que impeça que o desvario e a «táctica política» arruínem por décadas Lisboa e outras cidades por esse país fora.