||| O Tratado de Lisboa.
Assisto, através da televisão, ao espectáculo que decorre no Mosteiro dos Jerónimos. Trata-se da acção de Marketing da marca Portugal melhor conseguida de sempre. Mete num chinelo a EXPO 98 e o Europeu 2004. Aparte o espectáculo, confesso, não li o Tratado. Nada nem ninguém me obrigaria a tamanho desperdício de tempo. Nada nem ninguém me obrigaria a mastigar o linguajar hermeticamente fechado de um documento daquele tipo. Mas estou de acordo com a assinatura deste Tratado. Deste ou de qualquer outro, desde que todos os representantes eleitos de todos os países europeus os queiram assinar. Este Tratado é imperfeito? Devia contemplar mais e isto e aquilo e menos não sei quê? Tratados imperfeitos são todos. A perfeição só está acessível aos deuses. A proveniência dos principais críticos a este Tratado (ou a qualquer outra versão) é sempre a mesma: são aqueles senhores que ainda sonham com uma Europa dividida pelo Muro de Berlim (e toda a extrema-esquerda) ou, então, a extrema-direita que esperneia por essa Europa fora. Aliás, ontem, em Estrasburgo, na arruaça no Parlamento Europeu, essa união foi patente. Quanto ao referendo sobre o Tratado, dispenso-o. Dispensei-o em 1985, aquando da adesão, por maioria de razão o dispenso agora. Quem deseja que Portugal saia da União Europeia que o defenda, a bem da diversidade de opiniões e do pluralismo político.