||| A ponte é uma passagem para a outra margem.
Caro Luís: convido-o a ler de novo o que escrevi e que mereceu a sua referência. Não estou a ver Manuel Alegre a fazer o papel de Chávez. Esse papel reserva -o para o Louçã. Por isso, em nenhum momento atribuí a Manuel Alegre (também li as suas declarações a esse respeito) a intenção de criar um novo partido, apesar de pensar que há, entre os seus apoiantes, essa forte tentação. Apenas referi as «movimentações» que o estão a pressionar, como noticia o DN e projectei as consequências. Quanto ao «sonho bolivariano», a que está associado o populismo e a demagogia, bem como a «maioria de esquerda», tem autores concretos no meu breve apontamento: os «estrategas» da extrema-esquerda. E nestes, como é óbvio, não se integra Manuel Alegre, pelo menos atá ver. O que rabisquei apenas significa que há pressões para passar a fronteira entre uma suposta «esquerda» do PS e o «sonho bolivariano» alimentado pela extrema-esquerda. Essa ponte pode ser atravessada. Se o Luís, pessoa sempre bem informada, nos garante que essa fronteira se manterá, ficamos mais descansados.
(Quanto a tendências socialista no PS, parece que muita gente só as descobriu agora. Eu nunca lá estive de outra maneira, ao contrário dos que apoiaram todos os secretários-gerais: apoiaram Soares e depois Contâncio, apoiaram Sampaio e depois Guterres e, em seguida, o Ferro, mas só agora é que descobriram a pólvora).