||| Diálogo à vista?
Afinal a situação não é tão grave como se suponha, nem a avaliação dos professores tão má como a pintaram. Depois da «esmagadora manifestação» dos professores, no sábado, o primeiro-ministro disse o que tinha a dizer: mantinha toda a confiança na ministra da Educação. Ao PCP e à Federação dos Professores restava prosseguir a luta, a qual tinha uma consequência possível, sobretudo por se tratar de uma luta corporativa: esvaírem-se na indiferença ou no desagrado do resto do país. Bastou António Vitorino, ontem, na RTP, sugerir que a aplicação do novo modelo de avaliação seja «aferida» durante um ano ou ano e meio para o «patrão» do Federação, Mário Nogueira, dizer: «Trata-se de uma proposta de quem sabe e percebe que há coisas que tem de ser graduais, num processo complexo». Afinal, parece, que a questão deixou de estar centrada na aplicação da avaliação em si, mas na aplicação com possibilidade de aferição. Como dizia, ontem, António Vitorino, não se deve utilizar palavras como «recuo» ou «cedência» para não minar o diálogo.