quinta-feira, 21 de dezembro de 2006

O Ex-Procurador.
O designado “processo Casa Pia” tem três vertentes: a pública, a oculta e a semi-oculta. A vertente pública está em julgamento, a partir de uma acusação do Ministério Público. Já perdeu o fôlego mediático de outros tempos, mas aguarda-se o veredicto de quem tem competência para o produzir – os Tribunais. A segunda vertente, penso, ficará eternamente oculta: as investigações da Polícia Judiciária, bem como a acusação produzida pelo Ministério Público sobre a pedofilia relacionada com a Casa Pia, focalizaram um universo restrito de protagonistas deixando de fora, provavelmente, muito “boa gente”. Finalmente a parte semi-oculta: a responsabilidade do ex-Procurador-Geral da República, Souto Moura, na manipulação política da investigação, da acusação e da mediatização de todo o processo. Sara Pina, ex-assessora da Procuradoria-Geral da República, em entrevista à Visão, volta a acusar Souto Moura de mentir sobre a sua responsabilidade na orquestração mediática (e as suas ligações perigosas com jornalistas) cujo objectivo era a “condenação popular” dos acusados. Dois membros do Conselho Superior do Ministério Público, contactados pela Visão, admitem que as declarações de Sara Pina poderão desencadear a abertura de um inquérito a Souto Moura. Ficamos à espera…

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