quarta-feira, 28 de março de 2007

Palermices.

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Meu caro Vítor Dias: na rectificação de hoje ao seu post sobre conquilhas estragadas toca exactamente no ponto nevrálgico. Cito: “num quadro em que desde principio não se falava de outra coisa do que da possibilidade de Salazar ganhar, se porventura se verificou uma mobilização espontânea (política e sociologicamente compreensível) de uma parte dos militantes e simpatizantes comunistas para votar em Álvaro Cunhal, isso – longe de representar qualquer forma de «fanatismo» – só abona a favor da sua consciência e postura combativamente antifascista.» É exactamente aqui que, do meu ponto de vista (apalermado, obviamente), a porca torce o rabo. Uma mobilização espontânea dos militantes e simpatizantes comunistas para votar Álvaro Cunhal abona a favor da sua consciência anti-fascista? Na merda de um programa daqueles? (que palco que os comunistas escolhem para a luta!) Votar? (votar? – repito. Que noção de votação e de democracia! Que palhaçada encarar aquela treta como votação!) Consciência anti-fascista? (aumentar as audiências de um reality shows medíocre já passou à categoria de luta anti-fascista!). Noutros tempos recusava-se a participação nas farsas eleitorais montadas pelo regime do “botas” e agora mobilizam-se as “consciências anti-fascistas” para esta cagada? Haja decoro! PS1: Muita boa gente, e perdoem-me a acidez, ensandeceu com esta história do Salazar da Maria Elisa. Até já se fala em “neo-salazarismo” como referência de uma direita desnorteada. Tretas. Vinte mil basbaques fazem dez telefonemas cada um e está a coisa montada. Até já falam no “povo” revoltado. Que idiotice! Não tenho dúvidas de que, nesta palhaçada, igual à Quinta das Celebridades, os «anti-fascistas» que se «mobilizaram» e, aprisionados a uma cultura política com teias de aranhas, tomaram a sério este programa, como se de uma «luta política» se tratasse, deram um brinde ao ditador de Santa Comba Dão. PS2: Caro Vítor Dias: eu por ser um homem livre e que penso pela minha cabeça (a minha obediência é a minha consciência) posso ganhar o prémio «Os Grandes Palermas da Blogosfera Portuguesa». E que prémio atribuir a quem considera que na URSS existiu a «democracia mais avançada do mundo»? Prefiro ser «palerma» do que cúmplice de assassinatos políticos (processos de Moscovo) e das ditaduras e dos ditadores que o comunismo produziu. Durmo de consciência anti-fascista tranquila!

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