Arder em lume brando.
A quase três anos de eleições legislativas a sondagem hoje publicada pelo DN, que tantos comentários suscitou, é favorável ao PS (e ao Governo) e impiedosa para a única oposição susceptível de substituir o PS no Governo – o PSD. Deixemo-nos de subterfúgios e de paninhos quentes: um governo (e um partido) fustigado durante quinze dias por calinadas sucessivas de vários dos seus ministros e secretários de Estado – desde que o ministro da Economia “acabou” com a crise, os seus parceiros tomaram o gosto pelo disparate – e por uma manifestação, a propósito da qual “todos os observadores bem colocados” consideraram tratar-se do maior protesto nacional dos últimos vinte e cinco anos, digamos que, no mínimo, é obra, neste quadro, recolher intenções de voto no limiar da maioria absoluta. Se lhe juntarmos o facto de, no mesmo período, ter sido apresentado um Orçamento de Estado recheado de “atentados às classes trabalhadoras” e de algumas gaffes técnicas, podemos mesmo dizer que Marques Mendes não convence ninguém. Na circunstância, e durante os próximos tempos, um a dois anos, ninguém está interessado em jogar pela borda fora o inócuo líder do PSD: nem o PS, nem o PCP/BE; nem o PSD – todos por razões óbvias. Marques Mendes está, pois, a arder em lume brando!
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