Nuno Pacheco pergunta, hoje, no Público, Que Iraque em 2007? Transcrevo o último parágrafo.
«A verdade é que, no ponto a que se chegou, ninguém tem ainda ideias muito claras sobre o caminho a seguir. Negociar é uma ideia possível, travar a violência extremista é outra. São, aliás, complementares, embora ninguém arrisque garantir o êxito de uma e de outra. Na mais recente edição do Courrier Internacional, o filósofo José Gil resumia em escassas palavras o estado actual deste drama: "O relatório Baker quase encosta todos à parede com uma alternativa absoluta: ou se resolve tudo ou tudo explode. Mais do que nunca, é em situações destas que a diplomacia deve intervir, mesmo sem nenhumas garantias de êxito." Mas se à diplomacia se reservam tais dúvidas, elas não são menores no campo das armas. Bush, agora numa posição de menor inflexibilidade face a outras estratégias, vai desde já avisando que 2007 trará "escolhas difíceis e sacrifícios complementares". Ou seja: mais tropas no terreno. Mais vidas e dinheiro gastos com a guerra. A do Vietname consumiu 549 mil milhões de dólares (a preços actuais); a do Iraque caminha velozmente para os 600 mil milhões. Um preço elevado para uma "vitória" que é já, mesmo para Bush, uma quase derrota.»
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