domingo, 25 de fevereiro de 2007

Reinaldo Arenas

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Aos poucos a obra literária do escritor cubano Reinaldo Arenas vai sendo traduzida para português. No final de 2006 foram editados mais dois títulos: O Assalto (Ambar) e O Engenho (Antígona). Deste último transcrevo um grito de revolta saído das entranhas da Ilha do velho ditador:
« Será que ninguém sente o crepitar desesperado da Ilha onde milhões de escravos (já nem cor têm) esgaravatam inutilmente a terra? Não há nada a dizer; resta-nos derrear o corpo e fuçar. Não há nada a dizer da liberdade; aqui ou nos calamos ou morremos com um tiro. Não há nada a dizer da humanidade; aqui, ou aplaudimos ou morremos com um tiro. Não há nada a dizer dos sagrados princípios da justiça: aqui, ou prostramos o nosso corpo de escravos ou morremos naturalmente com um tiro. Assim se resumem os nossos direitos

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