Toyota.
Depois das eleições legislativas de Fevereiro de 2005 a direita, mesmo aturdida e baralhada pelos resultados, obteve duas vitórias eleitorais. Uma, nas eleições autárquicas, cujo símbolo vitorioso é Carmona Rodrigues, presidente da Câmara de Lisboa; a outra, nas eleições presidenciais, onde Cavaco Silva venceu à primeira volta. Em qualquer situação normal, o resultado destes dois actos eleitorais teria fornecido à direita o gás necessário para alimentar uma oposição consistente, mesmo contra um partido que governa sustentado numa maioria absoluta no parlamento. Mas tal não aconteceu. O símbolo da vitória autárquia esfumou-se em meia dúzia de meses, lançando a Câmara de Lisboa num pandemónio e, pior, desacreditando o PSD, enquanto solução alternativa ao governo. Por seu turno, Cavaco Silva, o protagonista da outra vitória eleitoral da direita (e um símbolo por excelência do PSD), mais preocupado com a resolução dos problemas reais do país do que com a satisfação do seu eleitorado – o «povo de direita» –, desde a tomada de posse que exprime, de forma mais aberta ou mais velada, que o governo está a fazer o que deve ser feito. Neste quadro, o «chefe» da oposição, Marques Mendes, é o terceiro dado do problema (nem a licenciatura em Universidade pública o ajuda). São frustrações e orfandades a mais para o «povo de direita» que, resignado, já ia admitindo outra vitória por maioria absoluta do partido socialista e de José Sócrates nas próximas legislativas. Compreende-se que, agora, quando lhes saiu uma Monica Levinsky na rifa, se agarrem ao vestido como náufragos. Parece, pois, que o folhetim Universidade Independente é como a Toyota: veio para ficar. Hoje, por exemplo, vão abrir um baú!
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