Fim de dia fresco.
Fim do dia fresco, compensado pela conversa entre amigos de muitos tempos e de muitas histórias. E as memórias soltam-se, umas atrás das outras, como as palavras. Ou como as cerejas. Tanto faz. Às tantas alguém recordou, nem sei a que propósito, uma das notas de culpa que sustentaram o despedimento de Júlio Pinto de O Diário, onde era jornalista, em Agosto de 1981. Júlio Pinto teria chamado, em conversa entre amigos, às tantas da matina, à porta de um bar no Bairro Alto, «filho da puta» ao director do dito jornal. Um dos presentes «transportou» a informação até ao dito director. Obviamente que O Diário era um órgão do PCP; obviamente que o PCP era (é) um partido estalinista; obviamente que há sempre um delator nestas histórias. E a conversa prosseguiu para outras conversas. Mesmo frescos, os fins de tarde de domingo à conversa com amigos são sempre agradáveis.