Marchas populares (2).
Meu caro João (espero que os mestres pensadores não interpretem como «amiguismo» uma troca de opiniões): obviamente este post cheira a sardinha assada e a suor que tresanda, apesar de o essêncial ter a ver com o mesmo evento «alienar o povo» ou «preservar a identidade cultural da cidade». De qualquer modo, é só um farrapo que se desprende da memória em dia de «marchas populares». Talvez incómodas memórias de outros tempos. Nas «marchas populares», por detrás das barreiras metálicas assistem sempre, há quarenta anos e agora, os mesmos rostos. O mesmo bairrismo. O mesmo povo (agora, também, felizmente, eleitores). A diferença reside nos locatários das «tribunas de honra» – a maralha do poder: noutros tempos eram escolhidos, sem apelo, nem agravo, pelo «senhor» de Santa Comba Dão; hoje são escolhidos pela «massa» anónima e entusiasta que está para lá das barreiras metálicas. E esta «massa» anónima, quando lhe dá na gana corre com uns e escolhe outros. De plástico, uns; de pau carunchoso, outros. Mas, é por esta diferença que muitos milhões de venezuelanos hoje lutam. O resto é secundário.
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