terça-feira, 3 de julho de 2007

Agora? (3)

Caro Francisco: é verdade que só parcialmente se justifica a minha pergunta. Sobretudo, porque um regime democrático não pode admitir, num acto eleitoral, irregularidades como as que ficaram provadas nas eleições autárquicas de 2001, em Lisboa. (Não são meras suspeitas). Há o dever de investigar e denunciar a todo o tempo. Recordo-me do dossier da Grande Reportagem - um excelente trabalho. Mas, para o candidato derrotado, João Soares, o assunto ficou morto na noite das eleições. Já depois do telefonema de António Guterres para João Soares a comunicar-lhe o abandono do cargo de primeiro-ministro, começaram os primeiros telefonemas a dar conta de que os votos contados não batiam certos. Foi-lhe sugerido que requeresse ao tribunal a recontagem dos votos. Dispunha de 8 dias para o fazer. Mas, João Soares, se a memória não me falha, terá dito: «Não vou ganhar na secretaria o que perdi nas urnas». E desinteressou-se completamente do assunto, apesar da insistência de um seu amigo, Alberto Silva Lopes , em lhe demonstrar a fraude. E como a história da cidade e do país seguiu outro caminho…