Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, mas a democracia resiste.
Meu caro Carlos Manuel Castro: não estou, na maior parte dos casos, em sintonia com Manuel Alegre e, muito menos, com Helena Roseta. Alegre representa a velha esquerda passadista, a imutável voz de Argel, que ainda viaja num comboio imaginário, sem destino, nem «elasticidade» para acompanhar os tempos e desprender-se do passado. Roseta é o oposto: o seu passado político é outro, como todos sabem, e vai moldando o discurso, quase sempre vazio, ao sabor do vento, como convém a quem tem uma necessidade genética em manter-se na ribalta política e gerir a sua carreira. É uma populista por natureza: foi com Sá Carneiro e é hoje como «independente», como foi ontem no PS e, amanhã, quem sabe, no Bloco de Esquerda ou num «novo» partido. Mas, contudo, há princípios basilares que sustentam as democracias. E, esses, não podem ser beliscados. Nem ontem, nem hoje. Nem no tempo da pedra lascada, nem no tempo dos computadores de última geração. Mais: a sua violação tem sempre as mesmas raízes, venham do Santo Ofício ou do Estado Novo, dos Processos de Moscovo ou do «camarada» Chávez. E, aqui, nesta questão essencial, eu sou solidário, à direita e à esquerda, com a defesa da democracia. É uma questão de princípio. Não se pode assobiar para o ar e condescender com delatores e quejando ou com pessoas que não destoariam no tempo da «outra senhora». Só pára no tempo quem perdeu de vista o essencial.
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