terça-feira, 18 de setembro de 2007

||| Alma portuguesa.

A propósito do caso da ambulância estorvada na sua marcha de urgência, pela Brigada de Trânsito, quando seguia a caminho do Hospital de Ponte Lima, aprendi o que qualquer mortal sujeito a necessitar, de um momento para o outro, de um desses veículos, deve saber. Aprendi que as ambulâncias não são todas iguais. Numa primeira classificação, existem as ambulâncias públicas e as ambulâncias privadas. Numa segunda classificação, existem as ambulâncias que podem circular com as luzes de emergência ligadas e as que não podem circular com as luzes de emergência ligadas. As que podem são as públicas; as que não podem são as privadas. Ora, esta distinção é muito importante, sobretudo para os médicos em serviço nos Centros de Saúde. Quando enviam um doente para um Hospital têm de diagnosticar também (e escrever na respectiva ficha) se o doente está capacitado para seguir numa ambulância que não pode circular com as luzes de emergência ligadas ou se, pelo contrário, deve seguir obrigatoriamente numa ambulância pública. E não se pode enganar, a bem do doente. Porque as ambulâncias privadas, aquelas que não podem circular com as luzes de emergência ligadas, transgridem o código da estrada quando acendem as ditas luzes. Mas nesta teia em que se espraia a alma portuguesa fica por resolver as situações em que o doente, transportado numa ambulância privada, já a caminho, de improviso, e sem se esperar, dá notórios sintomas de urgência. Acende a luz ou não acende a luz? Acho que deve ser nomeada uma comissão para estudar estas situações, a cujas conclusões se dê forma regulamentar. Pela minha parte, esteja em que situação estiver, desde que fale, antes de entrar numa ambulância, perguntou: é pública ou privada? Já não me enganam. Nas privadas, nunca.