||| Isenção.
A liberdade de expressão e de informação são dos pilares que sustentam as sociedades democráticas. Mas, quando um grupo económico, cujos interesses fundamentais se repartem por diversas áreas de actividade, desde as telecomunicações ao turismo, detém a propriedade de um órgão de comunicação social, não é de estranhar que se levantem suspeitas sobre a sua isenção. Estas suspeitas mais se adensam se a lógica editorial desses órgãos de comunicação social assentam na teoria dos «interesses» ou dos «interesses inconfessáveis». É caso para dizer, usando a mesma lógica: eles sabem da poda; ou apetece perguntar: quem é que os sustenta? É porque estas coisas têm dois sentidos: um para cá e outro para lá. E eu já vivi o suficiente para não acreditar em «capuchinhos vermelhos», nem em «lobos maus». Nem sequer no «pai natal». Talvez não fosse descabido, no futuro, limitar a propriedade de órgãos de informação a quem não tenha interesses económicos noutras áreas. Provavelmente, a democracia e a liberdade de expressão e de informação ficassem a ganhar.