||| O Oriente é vermelho, o Ocidente o será.
Hoje foi um dia importante na contestação ao Governo de José Sócrates, eleito há 3 anos com maioria absoluta. Aliás, desde de sábado passado, com a manifestação do PCP, que há no ar um cheiro a 1975. Mas o que me surpreende é que a direita anda eufórica e, em momentos destes, fica unida. Por exemplo, José Pacheco Pereira e Luis Filipe Menezes coincidem na interpretação da «rua» e do seu efeito benéfico sobre o «mudar de página». Com uma pequena diferença, o primeiro vai mais longe: num empolgante regresso ao passado, gostaria que o Março de 2008 fosse um prolongamento do Maio de 68. Mais consequente, naturalmente. Rumo a qualquer coisa que não se entende bem o que será. Pacheco Pereira teme que a manifestação de hoje se desfaça em espuma e não se prolongue numa greve dos professores por tempo indeterminado. Escreve, preto no branco: «Se os professores estivessem dispostos a entrar em greve, a "rua" poderia ter tido um papel de uma etapa de luta para outra. Mas duvido que os professores tenham a unidade, a força, a disposição, a resistência psicológica e financeira que são necessárias para uma greve que só seria eficaz se fosse prolongada, sem fim à vista, dura e intransigente.» A direita está eufórica a cavar a sua própria sepultura.