domingo, 9 de março de 2008

||| O ponto G.

Carvalho da Silva declarou, durante a manifestação de ontem, o que para ele é óbvio: com esta ministra já não há nada a fazer. «Ou se arranja uma grua ou a ministra se evapora» – disse. Mário Nogueira, o «patrão» do sindicato dos professores, alinhou pelo mesmo diapasão, como é natural. «Com esta equipa governativa, não é possível que haja mais diálogo.» - Acrescentou. Por parte do Governo, depois da saída de Correia de Campos e da manifestação de ontem, se José Sócrates demitir a ministra da Educação dá o sinal de que o poder caiu na rua. Ora, se os sindicalistas já não falam com esta ministra e ela se mantém em funções, nestas circunstâncias, as escolas vão perder o funcionamento normal porque os professores vão estar permanentemente na rua. Quando não estiverem fisicamente, estão com a cabeça. Daqui para a frente, como as coisas estão, ou o país que ganha menos que os professores, que trabalha mais horas e que não participou na definição dos critérios que o avaliam diariamente dá sinais que está cansado da luta dos professores, ou o primeiro-ministro pede eleições antecipadas, como tira-teimas democrático ou, pior ainda, o poder cai na rua. Estarei a ser catastrofista ou esta mobilização dos professores é meramente táctica, do ponto de vista dos comunistas, e apenas serve uma prolongada estratégia de desgate do governo (deste e dos que vierem) e da democracia? A ver vamos.