sexta-feira, 15 de junho de 2007

Sondagens e miragens.

Pois é, caro João Villalobos. Em Lisboa, nestas eleições, as aritméticas estão todas estilhaçadas. À esquerda e à direita. O que permite todas as leituras e o seu inverso. Mas uma coisa é certa (e sempre assim foi): os partidos não são donos dos votos. Precisam mostrar que os merecem – pelas propostas ou pelo perfil dos candidatos. O PS já passou por essa experiência com o PRD, nas legislativas de 1985. Quanto à arrumação dos candidatos e às aritméticas de esquerda e direita, eu não alinho na simplicidade da «vitoriosa esquerda». Há uma esquerda moderada (ou centro esquerda) e há uma extrema-esquerda. Como há um abismo entre elas. Agora, nas presentes eleições, o que me parece é que Roseta, pela sua postura e pelas suas propostas para a cidade, está a dar um salto para galgar esse abismo. Mas, quem ainda integre Roseta na esquerda moderada, deve somar as suas intenções de voto às de António Costa. E, neste caso, o resultado é superior a 40%, segundo a dita sondagem. Neste momento, o que conta a sério é saber que o estado de saúde de Lisboa é mau e está estacionário. Vamos aguardar a evolução e ver a medicamentação que os lisboetas lhe vão aplicar.
(foto de Cristina Garcia).