sexta-feira, 27 de julho de 2007

Sinais?

O general venezuelano Raúl Baduel é um dos mais importantes militares da «revolução boliviana». Está com Chávez desde o falhado golpe militar de 4 de Fevereiro de 1992, apesar de não ter alinhado nessa aventura golpista. Depois da chegada de Chávez à presidência, Raúl Baduel ocupou todos os cargos de topo da hierarquia militar e no governo foi Ministro da Defesa até 18 de Julho último. Reformou-se, mas no discurso de entrega do ministério ao seu sucessor, na presença de Chávez, disse coisas tão simples como: «Debemos inventar el socialismo del nuevo siglo, pero no de una forma caótica y desordenada... Antes de redistribuir la riqueza, debemos crearla. No podemos redistribuir lo que no tenemos», ou « Debe estar claro que un sistema socialista de producción no es incompatible con un sistema político profundamente demócrata, con controles y separación de poderes. (...) Deberíamos apartarnos de la ortodoxia marxista que considera que la democracia con división de poderes es solamente un instrumento de dominación burguesa» ou ainda: «No se pueden implantar cambios bruscos en el sistema económico, es decir abolición a rajatabla de la propiedad privada y la socialización brutal de los medios de producción, sin que esto repercuta negativamente en la producción de bienes y servicios y sin que concomitantemente se genere un descontento generalizado en la población». . O discurso provocou uma polémica nacional, ainda em curso, sobre o destino da revolução venezuelana. Os chavistas radicais já chamam «traidor» a Baduel, mas este, apesar de se ter retirado, ainda representa alguma coisa nos meios militares. Aliás, foi Baduel que em 2002 salvou Chávez de ser corrido do poder quando ameaçou avançar com as suas tropas sobre Caracas. O que há a reter é que foi um general prestigiado do chavismo e um dos mais intímos de Chávez a criticar o actual rumo da Venezuela e a dar voz ao descontentamento.

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